Sócrates apostou no controlo do défice e para isso esqueceu uma sua promessa eleitoral. Foi eleito prometendo que não repetia a receita de Durão/Manuela de dominuir o défice recorrendo a aumento de impostos e receitas extraordinárias. Recorreu ao aumento de impostos porque o défice era maior do que o previsto, justificou-se. Agora fala da excelência do desempenho - poucas ou nenhumas palavras para as vítimas, reais, concretas, da opção política tomada - das finanças públicas e critica asperamente todos os que lhe apontam a necessidade de tributar a banca e as grandes fortunas, que têm um fraco por offshores. Vinte e três mil milhões de euros em offshores, só a receita fiscal perdida daria um superavit de dois por cento, e o primeiro-ministro a assobiar para o lado ea fingir que não se passa nada. Porque será?


 

Pedra do Homem, 2007



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