O dr. António Borges parece ser um desastre do ponto de vista político. Como candidato a líder do PSD bem pode proclamar que Menezes é um erro que tem que ser rapidamente corrigido que não se percebe como é que ele pode contribuir para essa correção. Certamente não é será com polémicas como a que pretendeu estabelecer com o ministro da economia. Queixou-se António Borges que o Governo cancelou todos os contratos com o banco de Investimento a que ele estava ligado em consequência da sua maior participação na vida política do PSD. Claro que Manuel Pinho veio logo desmentir afirmando mesmo que nunca tinha falado com Boges sobre estas matérias.
Não me custa aceitar que António Borges tem razão. Mas, gostava de saber se noutras circunstâncias a coisa não funcionou em sentido contrário, isto é, se as posições políticas de António Borges não valeram interessantes contratos para o seu banco. O Bloco Central gere este tipo de coisas by-the-book e não há aqui lugar para o coro das "jovens virgens ofendidas" que António Borges quer trautear.
Pobres daqueles que, confrontados com os caciques que proliferam ao nível local, vêm a sua actividade profissional comprometida apenas por serem públicas e notórias as suas simpatias políticas. Esses não dão entrevistas ao Público, para mal deles.


 

Pedra do Homem, 2007



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