Neste caso sobre o medo da opinião livremente expressa pelos cidadãos. As capitais europeias angustiam-se com as notícias do referendo irlandês. Os irlandeses por imperativo constitucional submeterem o Tratado de Lisboa a referendo tendo as abstenções ultrapassado os 50 por cento e não se sabendo, em boa verdade, quem vai ganhar.
As opiniões públicas estão divididas sobre as questões europeias. Trata-se de uma situação nornal atendendo ao carácter plural da Europa e atendendo sobretudo ao desenvolvimento desigual que a Europa experimenta entre os diferentes países e dentro de cada país. Como mostram à exaustão os relatórios sobre a coesão económica e social a integração europeia não tem sido capaz de evitar o acentuar de divergências entre os países mas igualmente entre as regiões de um mesmo país.
A burocracia europeia prefere refugiar-se e proteger-se dos cidadãos decidindo com os seus pares as questões que dizem respeito às populações. Usam os meios dos Estados e da eurocracia para fazerem crer que a opinião dos europeus é a opiniãos daqueles que são favoráveis à manutenção do seu modus operandi e que os outros que pensam de forma diversa são cidadãos ilegítimos incapazes de poderem decidir sobre o seu futuro, incapazes de compreender a complexidade dos desafios que se colocam e as consequências das decisões que levianamente poderiam tomar caso fossem consultados.
Sempre que este esquema securitário é furado abate-se um pavor imenso sobre a eurocracia e os eurocratas temem que o seu bem estar e os seus previlégios possam ser postos em causa.
Esta Europa assim construída é cada vez mais uma Europa fraca incapaz de conviver com a opinião dos seus cidadãos tendo mesmo necessidade de se proteger dela.
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