O PS perdeu a maioria absoluta e os partidos à sua esquerda, PCP e BE, somam 21% das intenções de voto.
Este é a conclusão mais relevante que se pode retirar do resultado da sondagem feita para o Expreso/SIC/SIC Notícias, pela Eurosondagem. Esta sondagem confirma resultados recentes de outras empresas. O conjunto de partidos à esquerda do PS obtem 21%, resultado que inviabiliza claramente qualquer maioria absoluta dos socialistas.
Percebe-se cada vez melhor o esforço que o PS faz para desvalorizar a contestação que vem da sua esquerda. A última aposta foi protagonizada por Vitalino Canas que enfatizou o facto de as esquerdas - reunidas com Alegre no tal festa/comício - não terem propostas alternativas ao que o PS tem estado a fazer. Trata-se de distinguir entre a facilidade das ideias e dos príncipios e a realidade crua e dura do esforço de governar Não me parece que possa ser muito eficaz este discurso já que as pessoas que trocaram o PS pelos partidos à sua esquerda têm uma ideia clara daquilo que pode ser feito em alternativa a esta política e sabem igualmente muito bem as escolhas que o PS fez e as consequências prácticas dessas escolhas. Este discurso não os comoverá nem os demoverá.
Já me suscita mais dúvidas a posição hoje defendida pelo líder do BE - na Antena Um - de recusar, à partida, qualquer aliança com o PS num cenário de maioria relativa pós 2009. Num contexto de eleições renhidamente disputadas entre a esquerda e a direita face a uma previsível incapacidade de entendimento com os partidos à sua esquerda o PS pode colher vantagens ao nível do voto útil. Por outro lado a participação no governo, precedida de uma negociação à volta das políticas, é instrumental da concretização dessas mesmas políticas.


 

Pedra do Homem, 2007



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