"Fernando Ruas contra intervenção no IMI "
Fernando Ruas não tem emenda. Tinha que ser logo ele a protestar contra a proposta de José Sócrates de baixar o IMI. Como referi, no post anterior, esta medida apenas pecava por tardia, já que os municípios, através do poder de que dispõem para fixar a taxa de tributação dentro de um intervalo cujo limite superior é muito elevado, subverteram o espírito da lei aproveitando para sacar mais dinheiro aos contribuintes. Com a vantagem de esse dinheiro ser cobrado pelas Finnaças, um arcaísmo de que os senhores autarcas se aproveitam. O cobrador de impostos é normalmente odiado e os senhores autarcas passam bem sem esse ónus.
No caso do IMI o dinheiro dos contribuintes tem sido sacado pelos municipios muito acima do que era exigido nos tempos da contribuição autárquica. Falo de um acréscimo de centenas de milhões de euros todos os anos de diferença entre nas receitas dos dois impostos. Assistimos a um aumento da base de tributação e do valor tributado por imóvel uma espécie do melhor de dois mundos num só imposto. Claro que para as famílias falamos do "pior de dois mundos" já que este imposto traduziu-se num agravamento da carga fiscal sobre as famílias que são detentoras de património imobiliário.
É preciso ter lata para se referir às receitas do IMI como "dinheiro dos outros", como dinheiro das autarquias e acusar o Governo de tomar medidas com o dinheiro alheio. O senhor Ruas e os seus parceiros têm algum dinheiro metido nisto? Ou o dinheiro de que ele fala é o dinheiro dos cidadãos?


 

Pedra do Homem, 2007



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