É este o título do artigo de Joseph Stiglitz no Diário Económico. A tese de Stiglitz é a de que apenas a esquerda oferece hoje em dia "um programa coerente que oferece não só maior crescimento, mas também justiça social. Para os eleitores, a escolha deveria ser fácil." Peecebendo-se que o autor fala sobre as eleições americanas e sobre a América o texto publicado aplica-se como uma luva a outras realidades, como a nossa. A dado passo Stiglitz interroga-se sobre os critérios que levarão alguém a escolher entre a esquerda e direita sabendo nós que tanto uma como a outra são a favor do crescimento? A resposta é clara. Diz Stiglitz: "É bem verdade que entre estratégias de crescimento há grandes diferenças que tornam muito provável grandes diferenças nos resultados. A primeira diz respeito à forma como é concebido o próprio crescimento. Este não é só uma questão de crescimento do PIB. Precisa de ser sustentado. O crescimento também deve promover a inclusão; a maioria dos cidadãos, no mínimo, deve beneficiar com ele.(...) Os governos podem aumentar o crescimento aumentando a inclusão. O recurso mais valioso de um país são os seus habitantes. (...) Outra diferença entre a Esquerda e a Direita diz respeito ao papel do Estado na promoção do desenvolvimento. A Esquerda entende que é vital o papel do governo no fornecimento de infra-estruturas e educação, no desenvolvimento de tecnologia e, até, no de empresário (...) A última diferença pode parecer estranha: a Esquerda, agora, compreende os mercados e o papel que podem e devem desempenhar na economia. Dá-se o contrário com a Direita, sobretudo nos EUA. A Nova Direita, tipificada na administração Bush-Cheney, é de facto o velho corporativismo com nova cara. (...)"
Ora aí está um linha clara de separação entre a esquerda e a direita. Entre os que governam de facto à esquerda e aqueles que governam à direita em nome da esquerda, já que não promovem a inclusão permitem que as desigualdades se acentuem mais assistencialismo menos assistencialismo e deixam ao mercado aquilo que o mercado já ostrou ser incompetente para resolver.
Para essa esquerda podemos recorrer à frase que Keynes utilizou para descrever o seu cepticismo na eficácia do mercado a longo prazo," a longo prazo estaremos todos mortos", para expressar o cepticismo que esta política nos causa.


 

Pedra do Homem, 2007



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