Com data de 7 de Outubro recebemos um comunicado da "UNIÃO LOCAL DOS SINDICATOS DE SINES, SANTIAGO DO CACÉM, GRANDOLA E ALCÁCER DO SAL da C.G.T.P. – INTERSINDICAL N" cujo título é " Refinaria, acidentes quando acabam?".
A preocupação dos sindicalistas tem todo o sentido face ao números de acidentes, alguns com consequências dramáticas sendo de referir uma morte e um trabalhador em coma com lesões muito graves.
Neste dias de trabalho intenso, com um ritmo implacável, escutam-se muitas conversas sobre as condições de trabalho e de segurança na refinaria. Ou melhor sobre a falta delas. "Carne para canhão", "vale tudo menos tirar olhos", "os fins justificam os meios" são expressões que se vão escutando nas mesas dos cafés ou quando nos cruzamos com alguém que tem feito todas as paragens e não encontra razões, de nehuma espécie, para dizer que as coisas estão a melhorar, antes pelo contrário. Melhorar do ponto de vista das condições de segurança e das condições gerais de trabalho dos trabalhadores, entenda-se.
A União dos Sindicatos vem dizer que " Consideramos que uma instalação deste tipo, reúne um conjunto de riscos que se não forem perfeitamente avaliados e prevenidos podem causar danos irreversíveis nos trabalhadores, suas famílias e população em geral.
Pelo grande número de trabalhadores envolvidos, espera-se que haja preocupações acrescidas e cuidados especiais com a formação e a informação.
"
Mas enquanto apela aos trabalhadores "a cumprirem todas as normas de segurança especificadas para este tipo de instalações e a não se intimidarem com as pressões e ritmos de trabalho que nestes casos muitas vezes possam estar sujeitos." refere o facto de que "A Direcção da Refinaria, sem que para tal tivesse poder legal, pura e simplesmente, comunicou a recusa do plenário [solicitado por um dirigente sindical ], alegando condições de segurança."
As condições de trabalho parece que são pouco respeitadoras de direitos e articulam-se mal com a dignidade no trabalho, talvez por isso a União dos Sindicatos termina o seu comunicado com uma dupla exigência a de "respeito pelas condições de trabalho!" e de "dignidade no trabalho".
Quando se perde isto está tudo perdido.


 

Pedra do Homem, 2007



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