“Orçamento responde às dificuldades internacionais”
Sócrates colocou o assento tónico no apoio `as PME's salientando mesmo a redução a metade do PEC. Ora este PEC é, em situações em que as empresas não têm actividade e não conseguiram ainda fechar, - o fecho de empresas na hora quando é que aparece? - uma forma fácil de sacar dinheiro aos pequenos empresários, pelo que além da redução havia que clarificar algumas regras iníquas da sua aplicação. Diz Sócrates que se "há um ponto de preocupação deste Governo é o de que aqueles que precisam de ser ajudados são os empresários e, em particular, as PME. Os mais atingidos [pela crise internacional] são os que mais precisam de acesso ao crédito para financiar as suas actividades e criar riqueza".
O primeiro-ministro tem dificuldade em aprender. Com a crise nos mercados internacionais ele que tem sido um dos governantes que melhor têm incorporado a cartilha liberal na sua acção e que esteve sempre de alma e coração com o Pacto de Estabilidade e Convergência, controlando o défice à custa do agravamento das desigualdades sociais e da redução do peso das políticas sociais na despesa pública, veio até dizer que era necessário regressar a Keynes. Agora que a generalidade dos portugueses estão a pagar os erros - em proveito próprio - do sistema financeiro e dos seus incompetentes supervisores, receita como solução mais apoio aos empresários. Será que ainda não teve tempo de pegar no Keynes? Será que já ouviu falar alguma vez do mercado interno e da importância que as poupanças das famílias têm para esse mercado? Será que não lhe passou pela cabeça melhorar o nível de vida dos portugueses através de um apoio especial ao reforço dos salários? Bastava-lhe gastar quanto do que disponibilizou para apoiar a banca falida mas com os bolsos cheios? Sem reforço do poder de compra dos portugueses quem é que vai comprar às tais empresas que agora decidiu apoiar?
Sócrates aquilo que faz é diminuir um pouco a pressão brutal que tem vindo a fazer sobre as empresas e sobre os pequenos e médios empresários. Sócrates é fraco com os poderosos e fortissímo com todos os outros, para mal dos nossos pecados.
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