A posição da Associação das Pequenas e Médias Empresas suscitada pelo famélico aumento do salário mínimo anunciado pelo Governo rivalizou, em despropósito e falta do mínimo bom senso, com a líder do PSD. O anúncio de uma posição chantagista traduzida no "se aumentam não renovamos os contratos" dá uma imagem muito mais nítida do [baixo]nível do nosso sector empresarial do que muitos estudos sociológicos. Mas a ANPMES não está satisfeita com a imagem que de si própria deu ao País, vai daí resolveu opinar sobre a profundidade da coisa. Afinal o que eles querem é "diminuir impostos sobre trabalho" já que nunca lhes passou pela cabeça achar excessivos uns "uns míseros 450 euros/mês".
Mas acharão mesmo que esta alteração se traduz num aumento da carga fiscal insuportável sobre as empresas, tão exorbitante que justifique que elas não paguem a sua parte das contribuições sobre os salários? Sinceramente, é preciso lata e depudor em doses muito elevadas. Será que a ANPMES está disposta a apoiar uma alteração da forma de contribuição para a Segurança Social trocando a actual forma baseada no salário por uma baseada no produto?


 

Pedra do Homem, 2007



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