Soares parte da situação verificada não só na América mas também na Europa para dizer das coisas o mais que elas são. O essencial está aqui: "(...)A questão, como tenho dito e repetido, não é remendar a crise e tentar salvar o sistema, os banqueiros e os gestores que dele se serviram é que são responsáveis. É mudar o sistema neoliberal, que nos conduziu onde estamos. Como? Regulamentando a globalização, introduzindo regras éticas estritas, o que passa, necessariamente, pela reforma do FMI, do Banco Mundial e da Organização Mundial do Comércio, integrando estas instituições obsoletas no universo das Nações Unidas, democratizando-as, combatendo a corrupção, punindo os culpados e acabando com os paraísos fiscais, por onde passam tantas negociatas menos transparentes.(...)"
O problema é que a solução de Soares choca com "os líderes políticos fracos, que nos governam, têm tendência a aceitar qualquer disparate na ânsia de esconder as suas fragilidades..."
Pois é, embora Soares não o diga, entre esses líderes fracos está o nosso que, contentinho que sempre esteve com o liberalismo dominante, se coloca agora a jeito para citar Keynes e outros que tais que ainda não lhe disseram.


 

Pedra do Homem, 2007



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