"Distrital do PSD apoia Santana à Câmara de Lisboa"
Manuela Ferreira Leite escolheu o melhor candidato possível do PSD à CML. Em boa verdade escolheu o único candidato do PSD que tem algumas hipóteses de ganhar, e não são assim tão poucas, a câmara a António Costa.
Vindo da dona Manuela não é coisa de somenos. As escolhas da senhora são, como se sabe, pouco compreensíveis pelos simples mortais. Santana é o candidato da direita que derrotou o unanimente considerado melhor presidente de esquerda - uma afirmação exagerada que a realidade não confirma, infelizmente - e não vejo mais minguém capaz de defrontar com êxito António Costa.
As declarações da esquerda são em muitos casos patéticas. Desvalorizar Santana e depois achar que ele abre o caminho a António Costa, numa lógica de candidato federador de todas as esquerdas é do domínio do puro disparate. Se o homem é assim tão fraco não faz sentido qualquer acto federador fruto de uma pulsão unitária capaz de atenuar as fortes identidades de cada um.
Talvez o homem não seja assim tão fraco. Santana percebeu melhor do que qualquer outro como a gestão dita de esquerda em Lisboa se movia presa das mesmas contradições e das mesmas insuficiências que limitavam e tolhiam a direita. Minimizou a diferença incorporando no seu discurso partes do discurso tradicional da esquerda. Deixou o resto para o "carisma" que é o que fica quando não há mais nada de relevante a separar aquilo que era suposto ser diferente. Foi o que se viu.
Não me parece que existam razões, de nenhuma ordem, para António Costa estar contente. A menos que o voto de Pacheco Pereira o anime assim tanto.


 

Pedra do Homem, 2007



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