"Crise resulta de "práticas abusivas e ganância de proporções históricas". De quem fala José Sócrates? Quem são os que pactuaram com "lógicas de gestão orientadas para o imediato"? Quem foram os que pactuaram e promoveram uma "regulação totalmente permissiva, práticas abusivas e uma ganância com proporções históricas" ? Quem foram os que criticaram, aqueles que exigiram avant la lettre, quando a suposta infinita prosperidade dos mercados livres embasbacava os políticos de vistas curtas por toda a Europa, "a regulação efectiva dos mercados financeiros" ?
Uma das ironias desta crise é a tentativa atabalhoada dos dirigentes socialistas de se colocarem apressadamente do lado bom da história. Do lado dos que criticaram a crescente diminuição do peso do Estado na economia e a entrega de sectores estratégicos a poderosos monopólios privados que prosperam protegidos, pelo Estado, de qualquer concorrência. Do lado onde não não estiveram, para nosso mal, nos últimos anos.
Ainda agora, analisado mais de perto o receituário para sair da crise, vemos que o Estado instituiu o "rendimento máximo garantido", na feliz expressão do socialista José Reis, para grantir os lucros aos banqueiros e para lhes permitir namter a canga apertada sobre os cidadãos. Veja-se o escândalo da quase imutabilidade das taxas de juro e do desajuste entre a baixa do preço do petróleo e a baixa do preço dos combustíveis. A este propósito onde andará o tal Sebastião? A este propósito o governo de Sócrates disse nada.
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