A pobreza pode diminuir mas sem que a desigualdade na distribuição da riqueza diminua, antes pelo contrário. Todos sabemos isso, e é por isso que uma política de esquerda deve promover activamente a justiça social e recusar o assistencialismo. Claro que numa situação em que existem necessidades básicas de milhões de portugueses recusar a importância da intervenção do Estado em programas do tipo Rendimento Mínimo Garantido é uma completa insensatez. O mesmo já não se passa quando o Estado se limita a promover políticas assistencialistas e nada faz para promover uma mais justa distribuição da riqueza. Devemos ser implacáveis nessa denúncia.
Ana Gomes reflecte sobre esta situação nest seu post em que admite serem "Acabrunhantes os resultados do estudo recente da OCDE sobre as desigualdades de rendimentos " em Portugal Pior do que nós só o México e a Turquia."
Para a deputada socialista "Sem querer desvalorizar a importância da diminuição da pobreza, é preciso reconhecer que, infelizmente, ela é bem compatível com o aumento das desigualdades - como os números sobre Portugal demonstram. Qualquer coisa está mal, quando em Portugal a média dos salários é pouco mais de metade da média da zona Euro - na Grécia, a média é três-quartos... Os números da desigualdade em Portugal representam um falhanço de todos nós que assumimos responsabilidades políticas, das nossas instituições e do modelo económico que Portugal tem seguido. Como socialista, tenho vergonha destes números."
Qualquer socialista tem vergonha destes números. Pelo menos os verdadeiros socialistas, os que não se conformam com as desigualdades, aqueles que não se conformam em balizar as políticas deste Governo pelos padrões dos Governos do PSD.
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