"Vale e Azevedo enganou o BPN em dois milhões de euros"
Nesta história o que mais me comove é a parte das canalizações. O valor das rendas em atraso, uns míseros 416 mil euros alguns meses atrás, não me aquece nem me arrefece, mas as canalizações, meu Deus como é possível?
O senhorio não saberia que JVA era um entendido em canalizações? Ele que sempre mostrou capacidade para entender os sentidos de circulação dos bens e serviços que alimentam a nossa sociedade e que no cruzamento entre futebol, banca privada de negócios e imobiliário soube sempre colocar-se como um competente guarda-linha capaz de canalizar os capitais circulantes para os seus ávidos bolsos.
Nesta história do BPN, há qualquer coisa de romântico. JVA parece roubar aos ricos para dar, senão aos pobres, a si próprio. Que moral haverá nesta história que não seja a moral de que no sistema financeiro internacional só não rouba quem não pode. E já agora como se pode falar em roubo se na verdade a garantia passada foi aceite como boa e permitiu o encaixe de uns agradáveis dois milhões de euros ao impoluto e criativo JVA.
Voltamos à base: Um euro é um euro.


 

Pedra do Homem, 2007



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