"Alunos "maiores de 23" não estão nos cursos que garantem mais e melhores empregos "
O canudo na sua versão "esquerda socrática moderna" cumpre três funções: dá estatuto ao portador, atesta a saúde financeira do sistema de produção de canudos e valoriza as estatísticas do Governo.
A valorização profisisonal e cultural dos estudantes e a melhoria da competitividade doPaís há muito que deixaram de ser objectivo relevantes.
A notícia parte do pressuposto de que os licenciados em escolas mais exigentes são os que acedem aos melhores empregos. Isso pode ser verdade mas não inclui todas as famílias. Desde quando é que o acesso aos melhores lugares é apenas e só uma questão de mérito?
Quanto ao mais e falando na perspectiva dos maiores de 23 anos sem uma escolaridade muito desenvolvida todos sabemos que há alguma gente que nunca concluiu qualquer licenciatura e que, felizmente, teve acesso a uma carreira profissional relevante, aos mais elevadoslugares degestão, apenas e só porque tinha capacidades manifestas. Do mesmo modo todos conhecemos gente muito pouco qualificada, alguns com cursos de atacar pelos queixos, que chegou aos píncaros da fama e do proveito. O que devia preocupar o País é o facto de este estado de coisas - aquisição com pequeno esforço e pouca qualificação de um curso superior - poder contribuir para que gente muito qualificada com elevadas capacidades tenha cada vez mais dificuldades em contribuir para o progresso geral. Como diria o outro a má moeda afasta a boa moeda e disso já o País se pode e deve queixar bastante.
Mas, no domínio da estatistica e da propaganda que futuro resta para o trabalho e o estudo dedicados?


 

Pedra do Homem, 2007



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