"Ferreira Leite defende quotas para as PME nas compras e contratações públicas"
A iniciativa política de Manuela Ferreira Leite de propor um pacote de medidas de apoio às PME´s é o tipo de iniciativa política destinada a ter um significativo sucesso pelo menos por duas razões: as PME´s são a parte mais importante do tecido empresarial português se pensarmos em termos de postos de trabalho que asseguram e da contribuição para a receita fiscal; a maioria dos portugueses que não trabalham directamente no Estado estão de alguma forma ligados a uma PME.
Acresce o facto, não dispiciendo, deste Governo ter feito a sua opção de uma forma muito clara assumindo-se como o Governo das grandes empresas e sobretudo das grandes empresas financeiras e do sector bancário.
As medidas são de uma completa razoabilidade e são medidas urgentes. Toda a oposição devia defendê-las e apoiá-las. Faz-me alguma confusão que a esquerda à esquerda do PS não as adopte quase na íntegra podendo eventualmente melhorá-las.
Podemos discutir as políticas dos governos que MFL integrou e, por exemplo, o facto de ela ter sido a criadora dos PEC mas aquilo que interessa agora é que este conjunto de propostas faz sentido, é exequível e é urgente.
As alterações no regime do IVA, a criação de uma conta corrente com o Estado, a redução das contribuições para a segurança social das empresas criadoras de emprego liquido, a redefinição da estratégia da CGD são medidas necessárias. Essas medidas podem permitir viabilizar centenas de milhares de pequenas e micro-empresas e garantir dessa forma centenas de milhares de postos de trabalho e eventualmente ter um reflexo positivo em termos do emprego.
Claro que no passado recente o PSD chegou a defender a privatização da CGD e sabemos todos hoje que isso teria sido um erro colossal que nos deixaria agora sem um banco público capaz de ser usado para intervir positivamente na economia. Mas a CGD, na sua configuração e modo de intervenção actuais, concorre com a Banca privada tout-court e canaliza a maior parte dos seus esforços para socorrer banqueiros falidos e accionistas especuladores vitímas da sua própria ganância. Às empresas e às famílias a CGD nada diz nos tempos que correm.


 

Pedra do Homem, 2007



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