"Hugo Chávez vence referendo que lhe permite permanecer no poder para além de 2012".
Chávez ganhou e pode recandidatar-se ad eternum. Lamentável.
Mas, afirmar, como aqui, que "Cerca de dois séculos depois, a Venezuela precisa de um novo Bolívar que a liberte da tirania do populismo que a afecta, corrompe e afunda na pobreza" é uma mistificação da história e uma falcatrua política daquelas em que a nossa direita é muito fértil. Chávez fez mais pela erradicação da pobreza que afecta milhões de venezuelanos do que todos os governos de direita que o antecederam somados. Esses saquearam os recursos do país em proveito de meia dúzia de empresas internacionais e em proveito próprio e das oligarquias que se organizavam à volta do aparelho do estado. A direita não perdoa a Chávez a alteração deste estado de coisas.
O populismo de Chávez tem sido usado noutra direcção, noutro sentido. Apenas e só por isso ele consegue ganhar eleições ou referendos como este em que os observadores internacionais não detectaram qualquer sinal preocupante quanto à democraticidade e transparência do acto.
Infelizmente Chávez é incapaz de juntar a esse carácter progressista da sua governação um desapego ao poder que lhe permita respeitar as regras do jogo democrático sem cair na tendência de pessoalizar a governação caindo num lamentável populismo.
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