"Portugal 1–0 Finlândia: Algumas boas notícias e a má pontaria do costume"
Queiroz tem uma boa imprensa mas os resultados e pior do que isso as exibições não chegam.
A impaciência faz o seu caminho e as reacções do treinador a cada um dos falhanços dos avançados mostrava a todos os que seguiam o jogo o estado de espírito dominante.
Queiroz tem, no entanto, dado o seu contributo para o actual estado de coisas. As escolhas do selecionador são muitas vezes polémicas - os comentadores mais queirozianos esforçam-se por encontrar justificações para todas elas, apresentadas muitas vezes como inevitáveis - e algumas opções são de bradas aos céus. Duda a lateral esquerdo parece ser um disparate porque o rapaz defende mal e a primeira função do lateral é defender. Pepe no meio-campo retira qualquer tipo de fluidez ao jogo da equipa já que o rapaz é defesa-central. O recurso a Tiago - um completo fracasso e não só na selecção - e a insistência em Maniche permite conjugar um dicurso centrado na mudança com a incapacidade para fazer as renovações necessárias.
Se dermos uma volta pelos comentadores mais encartados da praça percebemos que nenhum deles acha minimamente estranho que o seleccionador no meio de tantas experiências entenda que não tem espaço para dar um minuto que seja a João Moutinho, provavelmente o médio de mais elevado rendimento do actual futebol português.
Quer-me parecer que Queiroz criou já as condições que levarão a selecção a interromper a sua presença numa grande competição internacional.


 

Pedra do Homem, 2007



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