28 economistas querem reavaliação do TGV, auto-estradas e aeroporto de Lisboa
Os economistas que assinaram a petição para travar os investimentos públicos são a expressão acabada do problema que a economia pode trazer à política. Todos eles, ou pelo menos uma grande maioria, estão ligados à gestão próxima ou afastada do país. Todos eles são capazes de aconselhar ao Governo que trave e adie os investimentos previstos e há muito discutidos. São capazes de o fazer agora, neste preciso momento, alguns meses antes das eleições legislativas e em plena crise finaceira internacional. Muitos deles ajudaram o país a evoluir de uma situação em que o endividamento externo estava abaixo dos 20 ou 30% do PIB para a actual situação em que a dívida ultrapassa os 100% do PIB.
Porque será que não fizeram este apelo antes das eleições europeias, por exemplo um ano atrás? Alguns deles participaram nas esquipas que fizeram os estudos quer do TGV quer do novo aeroporto e vêem agora dizer que o Governo tem que parar com os investimentos que antes eram considerados estratégicos. Projectos que lhes valeram remunerações vultuosas.
Julgo que o professor José Reis - um economista de esquerda, algo que não abunda entre os notáveis 28 - tem completa razão quando classifica estes economistas como economistas-problema. É de facto notável que "(...) no meio de tantas certezas não tenha havido olhos para fazer uma lista ampla de problemas sérios da nossa economia, não se apontem oportunidades, não se ambicione mais do que travar, não haja espírito para criar soluções. Estes são os economistas-problema... ". Pois são. São aqueles que face à crise aconselham a paragem e a demissão - e aqui cito, uma vez sem exemplo, o primeiro-ministro -e não são capazes de ter uma palavra para a crise internacional, as suas origens e as suas vitímas: os desempregados e aqueles que necessitam como do pão para a boca da revitalizalzação da economia e de um conjunto de novas políticas que rompa com o terror do neoliberalismo.


 

Pedra do Homem, 2007



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