Governo tenta acordo dos ambientalistas para fechar grandes projectos do turismo
Até ao dia das eleições o Governo não desiste de atribuir as mais-valias urbanísticas aos felizes contemplados na lotaria dos PIN. Se estes PIN estão com problemas nada como o Governo adoptar uma postura pró-activa e ajudar a desbloquear o impasse: De repente, uma semana antes das eleições, aceita-se a redução de algumas dezenas de milhares de metros quadrados de áreas de construção e, com a devida sustentabilidade dos projectos e construção - os materiais ambientalmente correctos são tão bonitos - a coisa pode cair na graça dos ecologistas que tão chatos se revelaram ao longo destes anos. Podem tirar 30 ou 40 mil metros quadrados de áreas de construção, podem até tirar muito mais, que a viabilidade financeira dos proejctos não fica comprometida. O que está em questão é de outra natureza e de outra dimensão: as mais valias geradas pela urbanização de terrenos situados em áreas agrícolas, florestais ou abrangidas pelas políticas públicas de protecção da natureza é um negócio de uma dimensão incalculável. Sem paralelo com qualquer outro. Estamos a falar de centenas de milhões de euros de mais-valias geradas pelas decisões da Administração Pública, neste caso pelo Governo e pelas Autarquias envolvidas. Ingratos, os privados gulosos, não abdicam dos metros necessários para calar os ecologistas e regateiam, regateiam. Mostram, assim , como são incapazes de agradecer à Adiministração a generosidade que patenteia quando gera as mais-valias que eles depois capturam na totalidade, descontados os necessários pagamentos em espécie.

PS - agora que se discute tanto o estado Mínimo e o Estado Máximo apetece dizer o seguinte: aqui o Estado é máximo mas sabe aos privados a um bom e suculento estado mínimo. Porque é máximo na capacidade que tem para decidir e para determinar e é minímo naquilo que retem para si e para a sociedade, inundando de benefícios os felizes contemplados. Um Estado assim é a utopia de qualquer capitalista de antanho. Um Estado assim tem classe.


 

Pedra do Homem, 2007



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