Portugueses consideram a corrupção como o grande mal do país
Noventa por cento dos inquiridos acham que a corrupção está generalizada e particularmente entre a classe política. Mas, paradoxalmente, acham que há mecanismos de dissuasão suficientes para limitar a dimensão da coisa. Passe o paradoxo, será caso para dizer que há uma percepção rigorosa da dimensão do problema e depois um hipervalorização dos meios de combate e dissuasão da corrupção. Podíamos ser levados a pensar que o bom povo português fiel à sua costela católica acha que o pecado se redime pela confissão e sendo a corrupção um grande pecado a rapaziada obtinha rapidamente a absolvição pelo recurso a essa forma de expiação. Mas não. Os inquiridos referem a existência de "suficientes acções judiciais". Talvez seja necessário olhar mais de perto para esta rapaziada. Talvez o longo convívio com o fenómeno esteja já a determinar mutações na espécie em observação. Talvez seja por isso que os eleitores fazem as opções de voto que se conhecem, sobretudo ao nível local. Estão habituados.


 

Pedra do Homem, 2007



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