O PS não vai avançar com a revisão da lei eleitoral autárquica antes das eleições. Augusto Santos Silva mostrou-se céptico em relação a esta revisão argumentando que existiam muitas dúvidas sobre a razoabilidade de rever uma lei eleitoral em ano de eleições.
Este argumento já foi utilizado noutras ocasiões com a mesma eficácia.
O bloco central, que transmite muitas vezes a impressão de ir mudar a lei, ano após ano, com base em diversas “dúvidas de bloqueio”, mantém tudo na mesma.
A posição do PSD neste processo é de um claro oportunismo político quase a roçar a chantagem política.
Antes de 20 de Fevereiro o PSD acusou o PS de ter retirado a lei cuja aprovação então se anunciou. Já então o PS argumentou com a falta de consenso para justificar a sua retirada. Nessa altura o PSD, pela voz de Rui Rio, deixou claro que o PSD aceitara o projecto do PS.
Agora veio impor a aprovação da "sua lei" para permitir viabilizar a revisão constitucional. Um projecto de lei disparatado que parece ter como único objectivo melhorar a governabilidade das autarquias. Uma falsa questão. O que interessa é reforçar o controle democrático do exercício do poder, combatendo o caciquismo emergente e restituindo democraticidade ao exercício do poder local.


 

Pedra do Homem, 2007



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