A notícia de que Sócrates apoia a ida de Guterres para a chefia do ACNUR parece confirmar a ideia de que o antigo primeiro-ministro socialista não será o candidato presidencial do PS.
Não sendo Vitorino a alternativa, como se sabe não foi por essa razão que recusou ir para o governo, quem será que Sócrates vai tirar da cartola?
Do meu ponto de vista Freitas do Amaral não abdicou definitivamente do seu "sonho" presidencial, contrariamente a algumas leituras, apressadas, feitas logo após o anúncio da sua presença no governo. Acho, aliás, que a sua presença no governo e o, esperável, ataque de que tem sido alvo por parte da direita melhoram as suas, já elevadas, possibilidades de se constituir como o "candidato das esquerdas".
Mas existe ainda Ferro Rodrigues que acabou de recusar ser candidato a candidato para a Câmara de Lisboa, evitando uma corrida contra Manuel Maria Carrilho. Não é a primeira vez que se fala da hipótese presidencial para o popular ex-líder do PS. A julgar pelos resultados que o partido obteve sob a sua liderança e tendo em conta a sua influência à esquerda dificilmente se encontrará melhor candidato.
Não deixaria de ser uma ironia suceder ao seu "amigo" Jorge Sampaio, mantendo a linha "sampaísta" em Belém. Tudo depois de uma demissão provocada pela famosa decisão de Sampaio de aceitar Santana Lopes como herdeiro de Durão Barroso.
Quer Freitas quer Ferro são bons candidatos contra Cavaco, aquilo que muita gente - a começar pelo próprio (?) - não acha de Guterres.


 

Pedra do Homem, 2007



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