Vinha agora aqui na tentativa de ser o primeiro blogger a comentar a nomeação dos secretários de estado do Governo Sócrates, mas como não consegui encontrar a lista prometida para hoje nem ver o prolongamento do jogo das Juventus, vou aproveitar para ser o último blogger a comentar a não inclusão do António Vitorino no Governo.

Primeiro, não percebo 'o que é' António Vitorino. Mais do que um Dom Sebastião, o homem é tratado como um semi-deus, quer pelo seu partido, quer pela oposição e pelo português comum. Está bem que cumpriu o maior desígnio a que um português pode aspirar, que é ser considerado 'lá fora', mas começa a ser exagero. Porque é que se pede tanto o Vitorino e não o Tozé Seguro? OK, foi uma má comparação... Pronto, porquê o Vitorino e não o Manuel Alegre? Humm... Estou a ir mal, não estou? Bem, mas a questão é essa: é só mais uma pessoa, não nos vai curar de nós.

No entanto, podemos apontar-lhe uma vantagem evidente: ele cansa-se mais depressa das coisas do que o Santana Lopes. Enquanto este último adora ser candidato a tudo e, quando por sorte ou por destino, a consegue obter, aborrece-se passados seis meses, o instável Vitorino tem o dom de se aborrecer ainda antes de assumir qualquer cargo, numa hiperactividade a roçar o doentio. Fosse o outro como este e tínhamos vivido mais descansados.

Como me sugeriu um amigo meu, esta história do Vitorino e do PS mais parece a relação entre o Rui Costa e o Benfica: sempre que se quer ganhar, apresentam-se os homens como trunfo, mas na hora da verdade, o trofeu é adiado para as calendas. O pior é que, por esta hora, até os sócios do Benfica já começam a desconfiar e a vê-lo fora de prazo...


 

Pedra do Homem, 2007



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