Foi hoje publicada pelo Público, na 'Tribuna do Leitor' da secção 'Local Lisboa', uma carta que havia enviado - quer para o Público, quer para o Instituto do Ambiente; ainda ignorada, neste último caso - no dia em que foi aqui relatado o mais recente ataque à saúde dos habitantes de Sines.

Como o Público - edição impressa apenas está disponível on-line para subscritores (logo lá iremos), dou-me à liberdade de reproduzir o que escrevi e saiu publicado:

Em Sines o ar continua irrespirável

«O assunto é recorrente. Sines, a vila onde habito, continua a sofrer com a cintura industrial que a sufoca, afectada por diversas formas de agressão. Se pouco se poderá fazer quanto à poluição visual que acabou com a 'praia da Alentejo', outros casos exigem medidas urgentes. Um deles é o que se passa à hora a que escrevo, com a cidade completamente gaseada, com um ar infecto e perfeitamente irrespirável e que nem o facto de estar em casa, com todas as portas e janelas fechadas, permite minimizar.

É assim hoje, foi assim há menos de uma semana, tem sido assim desde que me recordo; e assim continuaremos, todos os habitantes, se nada for feito em contrário.

Como tal, julgo que seria interessante saber-se com que ar podemos contar e que todo o país tivesse conhecimento da situação aqui vivida. Será possível que todas as análises ao ar desmintam o que sou obrigado agora respirar? Será coincidência que os cheiros mais pestilentos apenas surjam ao cair da noite? Será assim tão difícil saber de que unidade fabril provém este cheiro?

Hoje vive-se dos rendimentos destas fábricas, amanhã morreremos por eles.»



Aguardo, a toda a hora, a inevitável resposta do competentíssimo Instituto do Ambiente, da qual darei conta neste blogue. Para ir passando o tempo, posso desde já informar que, na página desse instituto dedicada ao registo da qualidade do ar, a análise ao dia 15 de Março em Sines apresenta um fantástico 'Bom'. Ficamos todos tranquilos.


 

Pedra do Homem, 2007



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