A Comunidade Europeia divulgou hoje a informação de que foi atribuído ao concelho de Sines o "Grande Prémio Europeu de Excelência Ambiental".
Sines é apresentado como o paradigma da coexistência entre uma actividade industrial muito competitiva - capaz de gerar lucros assinaláveis num contexto de recessão económica mundial e de um brutal aumento do custo das matérias-primas – e uma excelente qualidade ambiental, propiciadora dos melhores níveis de saúde pública de Portugal e potenciadora de um desenvolvimento turístico notável. Sines e o Litoral Alentejano tornaram-se a Meca do turismo das classes altas do Norte da Europa e dos mercados Americano e Japonês, atraídos pela excelência ambiental aliada à qualidade paisagística e à riqueza cultural.
O extraordinário desenvolvimento do turismo determinou um significativo acréscimo no PIB da região do Alentejo, que ultrapassou em 30% os valores de 2002, um caso sem precedentes na EU.
Estão neste momento a aguardar decisão do Governo dezenas de pedidos de localização de empresas de tecnologias de informação cujos quadros exigem vir viver para Sines.
A comunidade Europeia atribui este facto ao desempenho das empresas sediadas no concelho de Sines em particular à Petrogal, Repsol/Borealis e à EDP/Central Térmica de Sines.
Estas empresas, com uma elevada consciência social, fizeram uma completa alteração das suas práticas ambientais, rompendo com o passado recente no qual chegaram a ser consideradas das empresas mais poluidoras de Europa.
Este anúncio já suscitou um coro de protestos por parte dos autarcas do concelho e das diversas forças políticas.
O Presidente comunista da autarquia, Manuel Coelho, protestou vivamente afirmando que "os senhores da CEE têm que vir cá passar uns dias a Sines para saberem o que são os pivetes com que essas empresas nos bombardeiam todos os dias. A Câmara oferece-lhes alojamento”, tendo acrescentado que "à vinda passem por Lisboa e tragam também os seus amigos do ministério do Ambiente e aqueles que acham que está tudo bem em Sines."
Manuel Coelho referiu ainda "que esta tomada de posição da CEE tem claros objectivos políticos, visando diminuir o trabalho e a pressão da autarquia para que acabe a poluição na nossa querida terra."
O vereador do PS, Idalino José, reagiu no mesmo sentido, afirmando que "estas notícias não podem servir para evitar que a Petrogal e as restantes empresas façam aquilo que têm de fazer. Alterar os seus processos produtivos tendo em atenção a necessidade de defender e preservar o ambiente e de respeitar a saúde das pessoas". O vereador do PS mostrou-se inconformado com a posição da União Europeia tendo mesmo afirmado que "neste momento até em Santo André - onde vive há décadas - já cheira."


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats