Não vai haver coligação de esquerda para a Câmara de Lisboa. Já se sabia desde o ínicio. O PS pretende uma posição maioritária na coligação. Tem a legitimidade dos votos e da real influência política que desfruta na capital e no País. O PCP que acha "inteiramente compreensivas as pretensões do PS em poder dispor de uma hegemonia de posições e de um papel determinante na coligação" entende, no entanto, que "são legítimas e compreensíveis as razões que levam o PCP a considerar que a sua subalternização na coligação não dará garantias suficientes de concretização de um projecto político alternativo para a cidade". Isto é não tem votos na capital, nem no País, mas acha que dá "solidez" ao projecto.
Foi o Bloco que esteve, desde o ínicio, a atrapalhar este acordo. O Bloco e a sua actual dimensão em Lisboa, que pode alterar significativamente o futuro cenário político na capital. A proposta de reduzir o Bloco à dimensão eleitoral dos Verdes - essa não-existência política- só lembrava a Jerónimo de Sousa e aos seus camaradas.
Carrilho, se conseguir ser objectivo e apresentar propostas de que Lisboa e os Lisboetas carecem como de pão para a boca, ganha com maioria absoluta. O BLoco será, destacado, a segunda força política da esquerda. A esquerda emergente a nível autárquico. A CDU irá aferir a sua verdadeira dimensão autárquica.


 

Pedra do Homem, 2007



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