Durante anos, nunca ligámos muito à ONU. Sabíamos-lhe a história, conhecíamos o Secretário-Geral, o Conselho de Segurança; víamos as suas intervenções em zonas de conflito, facilmente identificáveis pelo azul claro que serve de imagem à organização; e pouco mais. Era isto a ONU.

Contudo, aqui há umas semanas, começámos a ouvir que o nosso ex António Guterres era candidato a qualquer coisa na ONU. Palavra puxa palavra e alguém chegou à conclusão que o cargo até era importante e que seria merecedor de empenho nacional.

Hoje sabemos que Guterres está na corrida para o cargo de Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados e que o cargo é tão importante que, passada a avaliação efectuada por uma "comissão de especialistas" (!!!) e entrando na segunda fase das candidaturas, há mais quatro candidatos a lutar pelo lugar. Ao que parece, Guterres está neste momento a reunir apoios, contando já com o da Espanha, da Rússia e da França, entre outros.

É aqui que ficamos intrigados. Mas alguém fazia ideia do que era o Alto Comissariado para os Refugiados? Da sua importância? Do seu intricado processo de eleição, com segundas fases de candidatura e avaliações por "comissões de especialistas"? Segundas fases??! Se para chegar a Presidente da Comissão Europeia basta ter um bocado de desfaçatez e alguma sorte, como se explica que haja tantos interessados num cargo obscuro como este, cujo caminho para a eleição é mais insondável do que a organização interna do PCP?

Sim, eu sempre desconfiei. Ao ver o Guterres, com aquele sorriso paroquial na televisão, a angariar "apoios" e, ao mesmo tempo, a mostrar um ar de pomposo desinteresse, sabia que ele estava a preparar alguma. Vai daí, meti-me a investigar o caso e encontrei agora a solução. Eu SEI o que é que ele - e todos os outros - viram neste cargo! Querem que vos diga? Então, em exclusivo mundial, cá vai:


Vou ficar aqui quietinha, a ver se não me perguntam nada...

Ainda não perceberam? Vou pô-lo de outra forma:


Oh, António! Darling, you made it!

Apresento-vos uma futura empregada do senhor António Guterres. Chama-se Angelina Jolie e trabalha para o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ocupando o cargo de Embaixadora da Boa Vontade.

Assim também eu mandava a Presidência da República às malvas. É que, depois de aturar Governos com a Maria de Belém, a Edite Estrela e a Manuela Arcanjo, esta é que é uma verdadeira promoção.

Força, Guterres! Portugal está contigo!


 

Pedra do Homem, 2007



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