O PSD pediu mais um dia para decidir se aprova ou não a limitação de mandatos proposta pelo PS. Esta dúvida de última hora aparece depois de o PS ter dividido o seu projecto em dois separando a limitação de mandatos dos autrcas da do primeiro-ministro e dos presidentes dos governos regionais. Tratou-se de uma iniciativa dos socialistas para possibilitar o apoio dos sociais-democratas. No PSD ninguém apareceu para explicar a razão do adiamento, mas sempre foi possível aos jornalistas escutarem uma vaga justificação relacionada com a rectroactividade da lei. Desculpas esfarrapadas. É sempre assim quando se quer fazer mudanças políticas de fundo capazes de interromperem este ciclo funesto de caciquismo e de corrupção. Aparece sempre um partido ávido de capitalizar a corporação autárquica e o seu enorme cortejo de interesses. Neste caso é o PSD que tem sido, aliás, o partido de bloqueio nesta questão. A necessidade de uma maioria de 2/3 nesta matéria torna as alterações objecivamente impossíveis.
A classe política, em Portugal, não se tem na melhor das opiniões. Triste é que pretenda fazer os cidadãos passarem por parvos. Marques Mendes perde nesta questão o que andou a conquistar com os processos Isaltino, Valentim e Jardim.


 

Pedra do Homem, 2007



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