A entrevista do Ministro Campos e Cunha originou uma pequena tempestade. A oposição, do PSD ao Bloco de Esquerda, cavalgou, cada um a seu modo, a aparente crítica ao investimento público que a dita entrevista continha. Na realidade o Ministro entende que nem todo o investimento público é bom, o que o coloca no exacto local em que situa o Governo: longe daqueles que acham que todo o investimento público é mau, a menos que os beneficiários sejam as "elites empresariais do costume", e longe dos que acham que a solução de todos os males é sempre mais investimento público. O problema está na qualificação do investimento. Todos percebemos que o Ministro não concorda, por exemplo, com o investimento público associado ao Euro-2004. Longe do que defende o Primeiro-Ministro, José Sócrates, um dos grandes obreiros dessa "saga" que, mais uma vez, causou "admiração" no mundo inteiro. E concordará com o TGV e com a OTA? Outra questão é a oportunidade política da entrevista. Para dizer estas coisas não podia o Ministro ter ficado calado. Lembrei-me outra vez daquela economista que recomendava um Ministro das Finanças com peso político para esta fase difícil do País. Teodora Cardoso de seu nome.


 

Pedra do Homem, 2007



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