É sempre assim. Quando alguém assume um comportamento que se mostra desalinhado com o chamado comportamento espectável logo surgem as leituras mais diversas. Se, como salienta, Vital Moreira, a pretensa solidariedade e compreensão de parte da direita era esperável - rejubilam com os eventuais danos causados à candidatura de Soares - algumas das leituras provocam perplexidade. Que sentido faz, como Manuel Carvalho no editorial do Público de hoje, criticar Alegre por ter manifestado disponibilidade? Afirmar como o editorialista que "Alegre não assume o erro de ter dado um passo maior do que a perna, anunciando a sua disponibilidade para enfrentar Cavaco sem se recomendar ao seu partido." faz algum sentido? Afinal existe ou não vida para além dos partidos e dos seus aparelhos? Afinal como sempre refere Soares, a disponibilidade para ser candidato é ou não em primeiro lugar uma disponibilidade pessoal? Discutir se a candidatura de Alegre seria mais eficaz contra Cavaco do que a de Soares é outra coisa. Essa é uma análise que, por exemplo, o PS terá feito antes de decidir sobre a sua posição.


 

Pedra do Homem, 2007



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