Segundo o Banco Mundial o desenvolvimento Português é travado pela corrupção. Ainda segundo um especilista desta instituição, citado hoje pelo Público, poderíamos estar no nível de desenvolvimento da Finlândia se conseguíssemos eliminar a corrupção.
Outro aspecto referido no estudo é a identificação dos partidos como as instituições que os cidadãos gostariam de "purificar" libertando-os da corrupção. Uma perspectiva certeira.
Quem se preocupa minimamente com as questões públicas sabe que em Portugal a corrupção é um verdadeiro cancro colectivo. Desde há décadas a corrupção permite que alguns enriqueçam, ilicitamente, através da apropriação de bens colectivos. A corrupção ataca em todos os níveis do Estado mas desenvolveu-se muito no nível autárquico. O urbanismo, com as selectivas autorizações de mudança de uso dos solos ou de densificação, as condições especiais em que uns podem construir e outros não, as Obras Públicas com a aprovação de trabalhos a mais, com compensações e pagamentos por fora, as decisão sobre a localização das empresas, o apoio a empresas incompetentes e a criação de dificuldades a bons projectos empresariais por questões "ideológicas" fazem parte de um extenso rol de manifestação de prácticas corruptas. Por outro lado cresceu o conformismo relativamente àquelas pessoas cuja vida melhorou da noite para o dia com a exercício de lugares públicos.
Esta questão devia ser objecto de um debate nacional. Mas é verdadeiramente imperdoável que não esteja presente no debate autárquico. Mas é assim. Um país avalia-se pelas suas prioridades.


 

Pedra do Homem, 2007



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