Confesso que nestes dias, dominados pelos incêndios, tenho sentido a falta da habitual presença do omnipresente comentador político, Luís Delgado. Fui investigar e descobri que, afinal, o Luís foi de férias (pelo menos julgo que assim foi e espero, sinceramente, que a sua ausência não seja provocada por razões de saúde ou por se ter extinto nalgum incêndio que tenha lavrado numa mata perto do local onde acampava). Mas a explicação só a encontrei na última crónica do Luís. Escreveu ele, a 24 de Julho último, com aquela capacidade invulgar de analisar a realidade e de prever, com um rigor quase cientifico, o futuro: "O país já está meio fechado, e o encerramento de portas está previsto para o próximo fim-de-semana. Isto para todos, incluindo candidatos, políticos, Governos, empresas e particulares. É salutar. Só pode. (..) As autárquicas vão abrandar, das presidenciais são só palpites, do país vai-se andando, e das empresas só se deseja que passe o trimestre tradicionalmente mais desapontador. Nada de chatices, é a palavra-chave para este período. Assim seja!" Uma previsão absolutamente confirmada pela realidade ainda que, como quase sempre acontece com o Luís, seja uma realidade que só ele consegue ver.


 

Pedra do Homem, 2007



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