A nossa direita é quase sempre assim, com dois pesos e duas medidas. São chocantes as críticas que se fazem a qualquer referência à tragédia do Katrina com a acusação de que tudo não passa de uma campanha antiamericana. Uma campanha anti-Bush. A realidade não é suficientemente forte para os fazer parar e pensar. Porque será que milhares de pessoas pedem socorro em uníssono? Porque será que os serviços públicos não dão resposta à catástrofe, cujas trágicas consequências a Administração não foi capaz de minimizar? Porque será que por todo o lado só se vêem negros e velhos? Será que os que estão a morrer e a sofrer são os pobres, aqueles que não puderam fugir? Como dizia um idoso com o dinheiro que tinha no bolso não podia comprar gasolina para mais do que uns quilómetros! Porque será que, cinco dias depois, as pessoas não têem abrigo, nem água, nem roupas, nem medicamentos? Será isto o que acontece com a o liberalismo selvagem e a privatização das funções do Estado social?
Alguém disse um dia que tínhamos a direita mais estúpida do mundo. Pois pelo que se pode escutar e ler ela não perde uma oportunidade de o confirmar.


 

Pedra do Homem, 2007



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