A ministra da Educação anuncia que vai fechar 512 escolas com elevado insucesso. Aparentemente, este critério passa a poder ser adoptado doravante. Parece-me uma medida muito motivada por critérios economicistas. Gostava de obter respostas para alguma questões que o trabalho do Público não esclarece, nomeadamente:
1) O insucesso nas escolas é consequência da envolvente ou resulta somente de uma nefasta concentração de jovens desprovidos de capacidades intelectuais? Caso a resposta confirme a importância da envolvente -zonas deprimidas, com taxas elevadas de desemprego, baixo nível de rendimentos familiares - a ministra devia ponderar pedir ajuda aos seus colegas que pudessem ajudar a inverter a situação social e ela própria questionar-se se o fecho das escolas não agudizará os problema já existentes.
2) O fecho destas escolas - e seguir-se-ão outras que o Governo está para durar - compromete ou não a universalidade do acesso? Aliás, mesmo que a ministra invente um esquema, pago pelos contribuintes, de transporte dos alunos para as escolas próximas, o conceito de escola como um equipamento estruturante das comunidades, aplica-se nestes casos ou não?


 

Pedra do Homem, 2007



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