O PS irá continuar ausente da gestão das duas principais cidades do País. São as sondagens que o indicam, embora, na verdade, só no dia 9 se possa saber com rigor quem ganha o quê.
Mas mais do que este tipo de profecias interessa perceber o "condicionamento" a que estiveram sujeitos os candidatos do PS. As escolhas não se revelaram famosas. Carrilho foi um desastre no sentido lato do termo. Sócrates não recupera a Capital mas livra-se de um incómodo adversário interno, que, em função da derrota, permanecerá calado durante alguns anos. Assis, apesar de uma boa recuperação na parte final, foi um candidato demasiado ausente durante demasiado tempo.
No entanto a questão central está no ónus das maiorias de que o PS dispôs no passado recente em ambas as autarquias. Como ficou, ontem, claro no debate que a RTP 1 promoveu no Porto o PS não pode falar de urbanismo nem de habitação. O PS não pode falar de Bairros Sociais, que deixou ao abandono. Nas duas autarquias o PS, nestas matérias, governou numa lógica liberal de fazer corar os mais liberais. Encaixa mal neste quadro uma agenda virada para as questões sociais. Os candidatos ficam a falar de trivialidades: conflitualidade institucional no Porto, videovigilância para todos em Lisboa, gastos com propaganda e outras minudicências.
O mais grave é que a campanha não permitiu sequer uma reflexão sobre o que importa mudar na maneira de governar dos socialistas. Não há um projecto distintivo na sociedade portuguesa, que os cidadãos possam identificar. O dogma é a famosa proclamação,absolutamente idiota a meu ver, de que a governação municipal não é de esquerda nem de direita. Valoriza-se a obra feita, ou em curso, em detrimento das questões decisivas do urbanismo, da habitação, do rigor e da transparência na gestão da coisa pública, do combate à corrupção, do endividamento, do fomento da participação cidadã, do modelo de desenvolvimento local entre outros.
A gestão municipal é o terreno de eleição dos homens bons, dos candidatos dinâmicos, fomentadores do desenvolvimento etc,etc.
Este tipo de vacuidades de antanho saiu reforçado desta campanha. Uma campanha triste.
Um blogue de
Arquivos
Marcadores
Outros blogues
- ...bl-g- -x-st-
- 31 da Armada
- A Barriga de um Arquitecto
- A Causa foi Modificada
- A das Artes
- A Memória Inventada
- A Origem das Espécies
- Abrupto
- Ambio
- Arrastão
- Avatares de um Desejo
- Bicho Carpinteiro
- Blogame Mucho
- Bomba Inteligente
- Built Environment Blog
- Cafe Hayek
- Causa Nossa
- Chá Príncipe
- Cinco Dias
- Contra a Corrente
- Corta-fitas
- Da Literatura
- Da Torre
- Dias Atlânticos
- Dias com Árvores
- ELEMENT_AR
- Estado Civil
- Estação de Sines
- Estórias da Carochinha
- Fada da Felicidade
- Fim-de-semana Alucinante
- Glória Fácil
- Greg Mankiw's Blog
- Hoje há Conquilhas...
- Juntos por Sines
- Ladrões de Bicicletas
- Landlocked Port
- Lusografias
- Ma-Schamba
- Manchas
- Mar Salgado
- Margens de Erro
- Miniscente
- O Cachimbo de Magritte
- O Céu sobre Lisboa
- O Melhor Anjo
- O Tempo das Cerejas
- Pogue's Posts
- Portugal dos Pequeninos
- Poça da Maria Claudina
- Pura Economia
- Quiromancias
- Sardinheiras
- Voz do Deserto
- Zero de Conduta
- À Margem