A ligação Lisboa-Madrid emTGV só será concretizada em 2013 e não em 2010 como inicialmente previsto. Este atraso deve-se ao "contexto económico" português como salientou Zapatero e não a qualquer dificuldade colocada pelo lado espanhol.
Em Portugal entre as coisas de que está na moda dizer mal, projectos como o TGV é um candidato ao top ten.
A coberto do laxismo, da incompetência e da conivência com a corrupção que caracterizam a acção do Estado na gestão das grandes obras públicas, diaboliza-se a construção do TGV. Muitos dos que o fazem acreditam no objectivo da coesão social europeia, não entendendo quais os instrumentos potenciadores dessa coesão. Outros pura e simplesmente abominam qualquer ideia de coesão social, quer no Plano Europeu quer dentro das fronteiras nacionais.
Até novo atraso fica fixada a data de 2013 para a ligação por TGV a Madrid. A Europa ficará então com esta forma. Uma forma que dá uma imagem clara do nosso atraso e do acentuar das condições que potenciam a nossa situação periférica no contexto europeu. Aliás Madrid é cada vez mais a capital mais ocidental da Europa. Ocidental no sentido em que se situa a uma distância ainda aceitável dos grandes centros e dos grandes mercados. Talvez resida aqui uma das explicações para o dinamismo da Espanha e para o nosso, aparentemente ireversível, declínio.


 

Pedra do Homem, 2007



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