A Ler a entrevista de Jorge Buescu, professor do Técnico, na Pública deste domingo, acerca do ensino da Matemática e do processo de Bolonha.
Duas citações: “ (sobre o processo de Bolonha) É um grande risco que corremos e daí o meu cepticismo em relação a esse processo. Existindo essa questão de base que é a compressão dos anos de ensino nas licenciaturas (para três), podíamos estar a reformular as coisas de forma a optimizar o que é ensinado. Em vez disso, pelo contrário, o que se está a fazer é o que já se fez nos últimos ciclos de ensino Básico e no secundário ou seja, tornar as coisas mais fáceis, facilitar mais, ensinar pela rama. E este é um grande risco que estamos a correr, porque assim a evolução científica e tecnológica não se fará” e “ a minha sensação pessoal é que, ao contrário do que se poderia crer, esta atitude de facilitismo acaba por promover as desigualdades. Baixamos a fasquia para toda a gente conseguir passar, mas isso tem um efeito perverso. Quando a formação de base é má quem é que se safa melhor? Os meninos que vêm de boas famílias, que o tio é engenheiro e até os ajuda, que os pais têm dinheiro para pagar a explicadores. A má preparação, baixar o nível não torna as coisas igualitárias. Pelo contrário aumenta as desigualdades.


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats