Em tempos, em conversa com um amigo francês sobre a questão do uso do véu pelas mulheres muçulmanas residentes em França, soube que o assunto havia sido inicialmente levantado pelas escolas. Para os professores e para os restantes alunos era complicado promover o debate de temáticas escolares nas aulas onde alguns dos alunos tinham o rosto tapado. De facto, para os que não partilham desta expressão cultural e religiosa, causará no mínimo estranheza trocar ideias, argumentar questões sem que possamos ver o rosto do outro. O debate de ideias, o enfrentamento do outro passa necessariamente pelo frente a frente da presença, do rosto.


 

Pedra do Homem, 2007



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