Meu Amor, Meu Amor

Meu amor, meu amor
meu corpo em movimento
minha voz à procura
do seu próprio lamento.
Meu limão de amargura, meu punhal a escrever
nós parámos o tempo, não sabemos morrer
e nascemos, nascemos
do nosso entristecer.
Meu amor, meu amor
meu nó e sofrimento
minha mó de ternura
minha nau de tormento
este mar não tem cura, este céu não tem ar
nós parámos o vento, não sabemos nadar
e morremos, morremos
devagar, devagar.

Ary dos Santos, 1968
in As Palavras das Cantigas

Ainda mais bonito com a música de Alain Oulman e
a interpretação de Amália Rodrigues


 

Pedra do Homem, 2007



View My Stats