A direita deve estar chocada com a solução adoptada pelo Governo francês ao recorrer ao recolher obrigatório. Uma medida extrema, apesar de tudo, mas não suficientemente musculada. Só adoptada, refira-se, na altura do conflito com a Argélia.
Durante a semana, que duraram os conflitos, pediu-se o exército senão as mílicias. Luís Delgado, um exemplo entre os exemplos, um primus inter pares, foi imoderadamente explícito quanto a isso. Vejamos: "O alastramento da revolta e violência a Paris e outras cidades de França, sem que a polícia consiga travar a onda de destruição que já dura há dez dias, pode levar a um levantamento de forças e grupos radicais, muito activos naquele país, para «combater», por meios próprios, essa agitação. (D.Digital) e "Chirac e o Governo, apenas com as forças policiais, ainda não conseguiram decidir o que parece inevitável recorrer às forças militares como meio de patrulha e contenção desta explosão social, que noite após noite se torna mais violenta, indiscriminada e incontrolável. O que espera Chirac e o Governo? Têm medo das imagens pouco simpáticas que percorrerão o mundo? É certo que não é muito agradável ver unidades militares a patrulhar as ruas do seu próprio país, mas se a polícia não consegue conter, nem tem os meios para isso, os motins e a destruição arrasadora que avança imparável, mais vale agir, em tempo útil, como aliás já pedem os franceses, antes que o controlo da situação passe para "milícias" extremistas ou grupos enfurecidos de cidadãos. (DN)" Cidadãos, não marginais ou terroristas.
Apesar de todos os problemas a realidade não confirmou, até agora, estas expectativas. Não se poderá mudar a realidade?


 

Pedra do Homem, 2007



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