(…) Cidades tão distantes como Los Angeles ou Kigali são a prova das explosões de violência que geram as cidades guetizadas ou tribalizadas. No Rio ou em Bogotá, em Paris ou em Nova Yorque, a violência que se vive nos Bairros marginais não preocupa nem aos média, nem às instituições nem à chamada opinião pública. O que preocupa é a delinquência urbana, sejam roubos ou agressões a cidadãos, sejam confrontos com a polícia ou alterações da ordem pública.
A violência urbana nasce como reflexo de diversos problemas sociais e torna-se mais visível no contacto entre os cidadãos e os “outros”. É então uma expressão de conflito social. É sempre uma expressão de revolta.
A violência urbana pode ser lida como ambivalente. Um atentado ao direito à segurança e um indicador democrático ou melhor dizendo indica-nos que há um défice democrático. Não é necessário enfatizar algo tão comumente admitido: o diteito à segurança é um direito democrático fundamental. As instituições públicas, as administrações públicas, a justiça e a polícia devem garanti-lo, para isso prevenindo ou reprimindo as condutas que ameaçam esses direitos. Quem mais necessita de protecção pública do direito de segurança são os sectores mais débeis ou vulneráveis da sociedade. O direito à segurança é, sobretudo um direito à justiça que exigem os sectores populares. Até porque a justiça está cada vez mais ausente dos seus territórios e mais inacessível quando dela necessitam
.(…)

Jordi Borja ."O Espaço Público: Cidade e Cidadania." Barcelona. 2001.


 

Pedra do Homem, 2007



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