Soares e Alegre nada acrescentaram ao que já se sabia. Parecia um debate entre dois candidatos que ocupavam o lugar que só devia ser ocupado por um. Soares mostrou desde o início a sua actual pouca - nenhuma melhor dizendo - simpatia por Alegre. A amizade entre ambos é a primeira vítima destas duas candidaturas.
Algumas das frases que se escutaram são repetições das utilizadas noutros debates o que gera algum incómodo em quem escuta. Poucas diferenças substanciais e o facto incontornável e doloroso de estarem a dividir os mesmos votos sendo que da divisão não nasce a força.
A Soares registo o facto de ter afirmado que caso um Presidente demita um Governo que depois é de novo sufragado pelo eleitorado deve assumir o erro e demitir-se. Posição diferente da que Sampaio assumira hoje, no lançamento do livro sobre o seu mandato, quando afirmou que isso era um disparate. Acho a posição de Sampaio razoável. Soares desvaloriza tanto a importância do Presidente que apetece perguntar por que razão afinal se resolveu candidatar depois do "basta".
A Alegre registo a repetição de frases inteiras que parecem decoradas e o disparate de nunca afirmar, de forma clara, em quem votará na segunda volta em caso de não passar a uma hipotética segunda volta. E a colagem, demagógica, aos grupos hostilizados pelas medidas, corajosas, de Sócrates. E o embarque na corrente contra a OTA e contra o TGV ele que apoiou o Governo cujo programa inclui estas medidas. Que não são medidas avulsas.
Saliento a coragem de assumir o seu direito a uma candidatura e a defesa de salvaguardar da intervenção dos privados de sectores como o das águas e a referência à situação dos pobres e dos deserdados da democracia.
Um debate chocho.


 

Pedra do Homem, 2007



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