Quem tem acompanhado a campanha e tem assistido a alguns dos debates que permitem ao povo manifestar a sua opinião, já escutou as coisas mais inenarráveis acerca de Soares. Falo dos diversos fóruns, tipo Antena Aberta da Antena Um ou Espaço Público da SIC Notícias, nos quais aparecem cidadãos anónimos que destilam um ódio intenso contra o agora candidato. Soares é para muitos portugueses o mau da fita, o único responsável por tudo o que de mau aconteceu ao país, ou melhor à vida de cada um desses cidadãos. Normalmente Soares corporiza o 25 de Abril, o pior dia da vida dessa gente, e a descolonização, a pior coisa a que assistiram.
Por isso incidentes como os de Barcelos são esperáveis tal como os insultos que os populares lhe tributam aqui e ali. Ou as mentiras, como a que correu o país e que o dava como um grande proprietário de terrenos na OTA.
Soares contaria certamente com este tipo de acontecimentos ele que nunca foi uma personagem consensual mesmo entre aqueles que são seus próximos ideologicamente. Este é um facto que não pode ser ignorado quando se trata de avaliar a decisão que o levou a candidatar-se submetendo-se outra vez ao confronto, à luta, à calúnia e até à agressão. Submetendo-se inclusive à derrota que, nesse caso, será a última.

PS - Este acontecimento não parece no entanto ter a dimensão, nem o efeito, do incidente na Marinha Grande. Soares fez muito bem em desvalorizá-lo.


 

Pedra do Homem, 2007



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