"O sobreiro (Quercus suber) é uma árvore da família do carvalho, cultivada no sul da Europa e a partir da qual se extrai a cortiça. É devido à cortiça que o sobreiro tem sido cultivado desde tempos remotos. A extração da cortiça não é (em termos gerais) prejudicial à árvore, uma vez que esta volta a produzir nova camada de "casca" (súber) com idêntica espessura a cada 9 - 10 anos, periodo após o qual é submetida a novo descortiçamento."
Este estilo redacção carece de um lifting e de uma actualização do conteúdo. Proponho: "O sobreiro é um instrumento de ordenamento do território, integrando o conjunto de instrumentos repressivos da afectação de solos rústicos a usos urbanos. Substituiu com inegável vantagem leis como a RAN e a REN que se verificou serem pontas de lança dos interesses do imobiliário na paisagem agrícola e florestal. Esses documentos legislativos, em particular a RAN, foram nos últimos anos objecto de uma nova doença, o PIN(*). O sobreiro tem sido encontrado associado a um tipo de perturbações da lucidez, acompanhado ou não de alucinações e dificuldades cognitivas, que caracterizam o comportamento de alguns autarcas que esperam e desesperam pelo seu projecto estruturante.
Vários grupos de cidadãos estão a recolher um conjunto alargado de assinaturas a serem entregues na Assembleia da República para elevar os sobreiros ao estatuto de "árvore protectora do ordenamento do território e do ambiente", existindo mesmo um conjunto mais radical de "súber-seguidores" que lutam para que lhe seja atribuiído um lugar na Comissão Parlamentar dos Assuntos do Ordenamento do Território e do Ambiente. Já foram realizados contactos com alguns dos arquitectos do regime para que a sala respectiva seja equipada com um canteiro gigante, simbolicamente designado por canteiro-pátrio
"

(*)- Para esclarcimentos sobre os PIN -Projectos de Interesse Nacional - contactar o ministério da economia e o ministro Manuel Sobreiro, perdão, Manuel Pinho.


 

Pedra do Homem, 2007



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