Notável reflexão de Eduardo Lourenço, hoje no Público, sobre o tempo de Mário Soares, suscitada pelas actuais eleições presidenciais. No da Literatura Eduardo Pitta editou o essencial do referido texto. Reflexão duma inteligência e duma limpidez insuperáveis.
Não resisto a deixar uma citação (sublinhado meu) : "Os seus adversários neste combate inglório e soberbo foram sempre outros. Não só os que se lembram do seu militantismo juvenil, como os que não esquecem a sua conversão definitiva ao socialismo democrático, mas, sobretudo, os que nunca lhe perdoaram o ter lutado pela democracia em Portugal, antes e depois de Abril. É isso que a verdadeira direita não esquece. É muito mais gente do que se supõe. É a mesma que põe na sua conta, como uma mancha indelével, a absurda culpa de ter “perdido” uma África que ninguém “perdeu” senão ela".


 

Pedra do Homem, 2007



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