O artigo de Mário Mesquita, no Público de ontem, com o título "A sofística do Ministro da Saúde", sobre as propostas do ministro Correia de Campos relativas ao SNS. Mesquita analisa a estratégia de comunicação implicita neste tipo de revelações à opinião pública e questiona a legitimidade de uma iniciativa política que, na substância, corresponde à liquidação do Serviço Nacional de Saúde. Cito algumas passagens mais relevantes: " (...) para já suscitou protestosde todos os horizontes políticos, mesmo se, à direita,sob o manto diáfano das críticas aparentes, se esconda a satisfação de ver assumidas pelo governo de centro esqurda o ónus de decisões económicas de pendor "liberal" (António Arnaut dixit) que a direita teria dificuldade em assumir em nome próprio. Até o CDS, embora afirmando alguma simpatia pelas propostas, fez questão de considerá-las inconstitucionais.(...) ; "O SNS é uma questão essencial da sociedade portuguesa. Se o modelo de Estado defendido pelos partidos do centrão - em especial neste caso, pelo PS - envolve o financiamento pelos utentes dos serviços de saúde, com a participação do Estado, graduada consoante os rendimentos de cada cidadão, será bom que a questão seja debatida com clareza e submetida ao sufrágio dos cidadãos. (...) "Vender gato por lebre" aos eleitores, através de elaborada sofística, é que não é legítimo, por muito pouco que valha a força dos cidadãos, quando comparada com o poder das grandes seguradoras e de outros interesses privados que, por detrás da cortina espreitam com gula este festíval de equívocos sobre o Serviço Nacional de Saúde."

(sublinhados da minha responsabilidade)


 

Pedra do Homem, 2007



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