Foi a discussão sobre a utilização da energia nuclear em Portugal a partir de uma iniciativa de Patrick Monteiro de Barros, o mesmo da mega-refinaria para Sines. Uma discussão suscitada pela oportunidade de negócios associada ao aumento do preço do petróleo e pelo facto de uma das maiores empresas detentoras da tecnologia, a francesa Areva, estar numa situação de falência eminente.
Dois factos a salientar: 1) a tecnologia não evoluiu desde que se discutiu a questão pela última vez. Os reactores são os últimos da anterior geração e não os primeiros da próxima. O tratamento dos resíduos continua a ser um pesadelo que os defensores do nuclear se recusam a enfrentar de forma séria, e cujo custo não é quantificado nas análises económicas que se fazem.
2) Portugal tem um problema sério com a energia cuja resolução passa pela alteração de uma série de erros crassos de que refiro os seguintes: a) construir edificios amigos do ambiente, com recurso ao solar para o aquecimento das águas a começar pelos edificios públicos que deveriam ser completamente revistos incluindo escolas, hospitais, infantários e los equipamentos desportivos etc; b) construir cidades plurais acabando com a segregação espacial das populações de menores recursos e rompendo com o actual modelo, que faz da vida nas cidades uma coisa insuportavelmente dispendiosa em tempos de transporte, isto é em custos energéticos; c) investir no fotovoltaico para garantir parte dos consumos com a iluminação pública em pequenas comunidades e em pequenos concelhos.
Das discussões que tiveram lugar ressaltam os seguintes aspectos: os defensores do nuclear não aparecem com um suporte técnico e um conjunto de argumentos convincentes. Esbarram nos mesmos obstáculos de à vinte anos; os defensores das energias alternativas marcam pontos nesta discussão; Patrick Monteiro de Barros não trás boa fama à causa do nuclear, ele que defende a construção de uma mega-refinaria em Sines brutalmente poluidora e com um nível de emissões de CO2 superior ao parque industrial instalado. Não se pode argumentar a favor de uma forma de energia com a vantagem de não ter emissões e por outro lado pretender-se construir uma refinaria cujas emissões ultrapassam tudo o que já existe. Quer dizer poder pode-se mas retira credibilidade aos argumentos que se utilizam.
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