A semana foi dominada pelo caso "Bragaparques vesus Sá Fernandes". Apesar da tentativa pateta da maioria social-democrata municipal de desvalorizar o caso e até de, num momento de genuína indignação democrática, condenar a tentativa de aproveitamento político da altruísta iniciativa da empresa, o caso veio abalar as águas turvas dos negócios autárquicos e está para durar. Durante a semana ficou a saber-se que a tenttiva de Domingos Névoa, o agente corruptor, tinha sido previamente objecto de discussão com responsáveis do PS por forma a garantir a Sá Fernandes uma atitude discreta dos socialistas após a retatação pública do vereador eleito pelo Bloco. O PS nega mas que o corruptor terá referio essa negociação disso parece não existirem dúvidas.
A corrupção nas autarquias envolvendo este tipo de situações é endémica e justificaria por si só uma operação mãos-limpas em Portugal. Ver-se-ia como as mãos ficariam bastante porcas. O problema são as consequências para a classe política. Prevêm-se consequências superiores às da pandemia da gripe das aves: uma verdadeira devastação do pessoal político e não só do directamente envolvida no poder local.
entretanto o PS vai dando a sua pequena contribuição para "mudar" as coisas. Em Lisboa o inamovível Miguel Coelho vai disputar a concelhia socialista, após 9 anos de exercício do cargo, com a "frescura do primeiro dia" e porque os "apoios assim o exigem". A novidade é que desta vez terá a oposição de Leonor Coutinho, uma senhora que já desde o século passado anda nestas andanças. Adivinha-se uma renovação das hostes socialistas em Lisboa assim como se os militantes tivessem que escolher entre o Nikkita Krutchev e o Leonid Brejenev. Escleroses da vida partidária.


 

Pedra do Homem, 2007



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