Afinal, as escolhas de Cavaco, quer para o Conselho de Estado quer para Belém, suscitam muitas reservas mesmo em sectores próximos do actual Presidente ou mesmo entre pessoas que apoiaram a sua candidatura. Já tinha referido a posição de Paulo Gorjão que escreveu que "(...) as mesmas transmitem sinais que são errados(...) "e que "(...)o que Cavaco Silva fez foi desocupar o centro onde, precisamente, ganhara as eleições."
Vasco Pulido Valente(*) identifica muitos dos colabordores escolhidos por Cacaco com "uma franja da direita irreformada e irreformável, que o dr. Cavaco instalou no centro da política." enquanto Rui Tavares(*), a propósito do plano de acção de Cavaco, escreve: "O que Cavaco faz como sempre fez, é o mais natural a qualquer político. Não se pretenda é que o faça sem que lhe seja notado. Ninguém deixa de ser republicano se disser: em Cavaco não me agrada a estética nem a ética. A ética do desaparecimento conveniente como forma de tratar da carreira "académica". A estética que leva de entoar a Grândola Vila Morena em campanha a colocar em Belém a mais desastrada tradução para português do neo-conservadorismo americano."
(*) - no Público de hoje.


 

Pedra do Homem, 2007



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